quinta-feira, 12 de outubro de 2017

SINESTESIA

Fico assustada com a minha falta de vergonha
libido, sempre em corrente elétrica
do teu olhar para o meu, não há palavras
convite descarado dos nossos corpos arrojados
coação, nítida, da nossa química e atração.
 
O modo, o jeito com que me pegas e me levas
aos beijos abarrotados de vontades
e a tua boca, a tua língua, o teu pescoço
apertam os meus seios e lambem a meu corpo
e eu fico transtornada, inundada e aliviada.
 
Penetra-me animal voraz, carnívoro e sedento
satisfaz a tua selvajaria paranormal
para que eu atinja o orgasmo, rapidamente
com a força das tuas coxas e a dos teus braços
o teu peito, escudo e armadura, potentes.
 
Os teus contornos ajudam o teu feitio aliciante
o teu membro, sempre em crescimento
toda essa grande beleza, lascívia e natureza
enchem-se de anseios promíscuos, leviandades
- ah, divindades, que paraíso infernal, o meu-!
 
É nesses teus braços, muito melhores que laços 
que me viras de costas e puxas o cabelo
me beijas as convexas degradações da coluna
roçando, esfregando o teu ventre de alto a baixo
duas metades, que se unem, simetricamente
revelando as tuas excitações e taras
introduzindo a tua espora por caminho fundo
obstinadamente, insaciável e desmesuradamente.
 
Anel de pele fina, veias, artérias, capilares, nervos
que se abre servil, domado e conquistado
sinestesia vinda do teu movimento cadenciado
a pungente, a mas deliciosa dor, chegando
e esta minha falta de vergonha, sem fim anunciado.


CÉU


O MUNDO PASSA POR AQUI